sexta-feira, 9 de julho de 2010

ACOLITATO: A SERVIÇO DO ALTAR DO SENHOR

Hoje, às 19h00, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Cidelândia - MA, serei instituído acólito por Dom Gilberto Pastana de Oliveira, meu bispo diocesano. Por causa disso, na próxima semana, ao voltar a postar, tratarei um pouco das antigas "ordens menores", e dos atuais ministérios de leitor e acólito. Aguardem!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

MESA "PROLONGANDO" O ALTAR? - "NÃO!!!", responde Congregação do Culto Divino

 
"LA TAVOLA DELL'ULTIMA CENA"



          A imagem acima retrata a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, em uma igreja francesa. Pode parecer estranho, mas colocar este "prolongamento" do Altar na nave central da igreja tornou-se um costume em alguns lugares. Isso quando é "prolongamento", pois algumas vezes a tal mesa serve de altar, embora haja um Altar verdadeiro na igreja. 
          Mas não se vê tal disposição apenas na Quinta-feira Santa, mas também nas missas de Primeira Comunhão e outras, para incentivar a "participação" e "reproduzir" a "mesa da última ceia" do Senhor. Sem contar as "mesinhas" colocadas ao lado do altar, cheias de pão, galhetas de vinho, cachos de uva e trigo, tão ornamentadas que o altar fica esquecido...

          Navegando pela internet hoje, encontrei no site da Conferência Episcopal Italiana uma resposta da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, datada de 2008, que trata justamente de tal "arranjo". Antes que o costume se espalhe entre nós, que tal divulgar a resposta do discastério vaticano? Aí vai a minha tradução do texto, que pode ser encontrado no site da CEI, com o nome "Tavola in medio ecclesiae.doc".


CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
Notitiae vol. 38 (2002) 492

Pergunta:
É possível predispor uma mesa com pão e vinho no meio da igreja próxima ao altar ou no presbitério por ocasião da Missa "na Ceia do Senhor" ou da primeira plena participação na Eucaristia, dita "primeira Comunhão"?

Resposta: Não.
As normas vigentes sobre a matéria afirmam de modo claro a importância que se deve atribuir ao altar, cuja posição deve fazer com que toda a comunidade volte a sua atenção para ele: "Convém que em cada igreja haja um altar fixo, que significa mais claramente e permantemente Jesus Cristo, pedra viva (1Pd 2,4; cf. Ef 2,20); nos outros lugares, destinados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel. O altar se diz fixo se é construído de tal modo que se ligue ao pavimento e não possa, portanto, ser removido; se diz, ao contrário, móvel se é possível transportá-lo" (Introdução Geral do Missal Romano, [n.b.: 3ª edição típica], n. 298).

Daqui resulta, portanto, que é necessário um só altar, a parte mais importante do presbitério e de toda a igreja, de modo que sua singularidade favoreça a participação dos fiéis: "Nas novas igrejas construa-se um só altar que signifique à comunidade dos fiéis o único Cristo e a única Eucaristia da Igreja. Nas igrejas já construídas, quando o altar antigo é disposto de modo a dificultar a participação do povo e não pode ser removido sem danificar o valor artístico, se construa um outro altar fixo, realizado com arte e devidamente dedicado. Somente sobre este altar se realizem as celebrações sagradas. O altar antigo não venha ornado com particular cuidado para não subtrair a atenção dos fiéis do novo altar" (Instrução Geral do Missal Romano, n. 303).
O uso, portanto, de predispor uma mesa com o pão e o vinho para a memória da Última Ceia de Jesus ou para dispor as crianças durante a primeira participação eucarística é simbolicamente uma repetição, pedagogicamente uma distração e pastoralmente algo de inconsistente, pois distrai o povo do altar, atrapalha a percepção da importância de cada elemento da arquitetura da Igreja e não favorece de fato a participação dos fiéis (grifo nosso).

Ah, se nossas equipes de liturgia lembrassem disso!!! Não teríamos mais as mesinhas da "Última Ceia" ao lado do altar... nem o pão de padaria colocado por ali (quando não sobre o altar!),  que de "símbolo" passa a anti-símbolo, pois destrói o significado das espécies eucarísticas, e serve apenas para ser comido por coroinhas, leitores e comentaristas após a celebração...

De volta!

Depois de uma longa pausa, devido a problemas com a internet do Seminário e aos empenhos da faculdade e da pastoral da saúde, volto a postar no blog.


 Durante estas férias pretendo publicar uma série de artigos a partir de um excelente livro de história da liturgia, do abade italiano Mario Righetti. Em breve!

Por enquanto, para reinaugurar o blog, uma pequena notícia...